...................Photo:Luciano Breves
O bambu d’água
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Chego à porteira do poema
Aparece a corredeira d’água
Levando um pouco de barro
É um safári rural
O sapo engoliu a flor da aurora
Sentado num repolho
A minha alma rodeada
De maria sem vergonha
O acará espia do brejo
A roda d’água, o canto do sabiá
No meio do caminho
Canários da terra, coleirinhos
Andorinhas, pintassilgos
Os sinais são tardes frias e céu azul
A auracária e os ramos das hortênsias
O sapo martelo anuncia martelando
A casa tem dois andares no segundo
Moram as assombrações
Não temos lanternas para caçá-las
Mas os feixes de lenhas estão pertos
Os cogumelos erguidos juntos as
Jabuticabeiras brilham a garoa fina
Os meus pés de estercos cercados
De bambu d’água cantam, ouvíamos
A natureza manifestando os sons
Dia e noite bem cedinho
Entre vaga lumes cochilávamos.

Claudia Almeida
24/05/2010

Um comentário:

Sônia Brandão disse...

Um banho de natureza.

Essa foto é muito boa, né?

bjs