Córrego das letras

Debruçada em poesias
Entrego meus pensamentos
Poderia ser um varal de roupa
Penduradas, estendidas
Cândidas, encharcadas
Num leito de um rio
Primitivas pelo córrego
A espera de um viajante a ler
Como um barquinho de papel
Elas se foram, como frota amada
Em cada canal
Deixaram de ser barquinho
Colocadas ao sol pra secar
Pra quem sabe predizer
Mañana no estaré en casa,
O horizonte há de abraçá-las.

Claudia Almeida

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