um risco vermelho
trago no olhar


deito na linha dourada escuto
o marulhar da vida no oriente
penso na palavra intangível:
claro esplendor



a borboleta cor de telha
vaga na lembrança do
que um dia foi um lar

cardápio pequeno
hoje nada temos
não temos argumentos 
hoje quase nada o peixe
boiando a beira dum rio
oh yanomami
oh curumim
oh pequeno guppy
nada temos ,nada temos

sem vestes
abro a porta do sol
e deságuo os peixes
o barquinho a vela
vou- me embora
pra aldeia velha


o poema é uma abóbora de fogo



somos casulos agudos
de borboletas
inerte na sombra
no corpo dum umbral
entre as flores partidas
amareladas como tempo
continuamos casulos do tempo
o sol se afasta
o vento toca meu coração
faço retiro
em profunda solidão.



andava de bicicleta
e o perfume dos cravos
nos meus joelhos


claudia almeida

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