uma lembrança do dindo
amanheci no tempo da paisagem
na videira verde da memória
guardava o vento 
e um gume inebriante de terra
os insetos explodiam no vidro
sonhava com borboletas
há poucas horas da minha casa
se arrisque a chuva minha mãe falava
é nessa hora que o céu tem milagre
quem não rabisca o sol
adere ao medo da semente
que se abre depois da chuva
nasciam flores nas ruas nos muros
era o caminho mais perto pros peixes
maria era o fio d’água no qual
eu pescava
o que fica na infância
um buraco que se abre na goiaba
vou a varanda e vejo um milagre
uma lagarta voando, abri a jarra
de pandora e fui viajar...

Nenhum comentário: